terça-feira, 12 de julho de 2011

Rock. Precisa dizer mais?

Nunca fui o mais bonito, o mais inteligente, o que se destacava nas aulas de educação física ou aquele que tinha dezenas de amigos. Também não era aquele que conversava com todo mundo da turma, sempre fui mais introvertido. Não me identificava com as músicas que tocava na maioria dos lugares que as pessoas iam. Minhas roupas jamais foram aquelas que todo mundo estava usando, é conforto e pronto.

Acho que por isso tudo o rock cruzou o meu caminho. Ele não vende a imagem de que é preciso ser popular, bonito e estar na moda pra viver, pelo contrário, cada um deve ser aquilo que quer ser de verdade. Ele se tornou uma espécie de válvula de escape pra toda essa mediocridade que a gente vê por aí. Por mais que a realidade estivesse ao contrário do que gostaríamos, ele sempre estava ali pra me fazer esquecer (ou pensar!). Me fez criar amigos que nunca imaginei (ou vi), abriu horizontes. O Rock vem mudando a cara do mundo, da juventude e da cultura, deixando marcas onde quer que passe.

Ouvir rock é dar valor ao seu ouvido, ao seu cérebro, à sua capacidade de ver na música algo a mais. É usar as letras para apurar seu senso crítico e saber filtrar essa quantidade de bobagens que chegam pela televisão, rádio ou internet. É se contagiar com o espírito de mudança, de saber que qualquer objetivo exige que você corra atrás dele. Não é ouvir só rock, nem é encher o saco de quem ouve outra coisa, é cumprir uma exigência própria de só gostar do que realmente desperta o seu interesse.

A história do rock começa com um grito: o grito do negro, que veio para a América como escravo e influenciou a sociedade norte-americana com a sua musicalidade. Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coréia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra. O rock’n’roll, afinal, surgiu na América como um movimento da contracultura, visto que suas primeiras manifestações eram contrárias aos valores até então veiculados.

Impossível ouvir o coro à capela de Love Of My Life no Rock in Rio (aqui) e não se emocionar, ou não pirar com a introdução de Sweet Child O’ Mine (aqui) no talo, ou ainda não tocar uma guitarra imaginária em Smoke On The Water (aqui) e cantar Exagerado (aqui) com Cazuza a plenos pulmões. Gosto de ouvir uma canção e me sentir provocado por ela, instigado, animado, emocionado. E não tem estilo que melhor faz isso. Citar todas as bandas incríveis que embalam a vida seria fazer uma lista enorme... São músicas que marcam toda uma vida, a história de gerações. Basta lembrar que os melhores momentos da minha vida foram ao som de rock n’ roll. Um riff incrível é capaz de despertar coisas que a gente nem sabia que existiam. Uma letra pode mudar a forma como você vê o mundo pelo resto da sua vida. São referências, ícones, estilo de vida, círculo de amizades. Vai além de conceitos formais e banais.

"It's not a problem you can stop, It's rock n' roll" 
     (Garden Of Eden - Guns N' Roses)

Dia 13 de julho, Dia Mundial do Rock.
Dia de quem quer mudar o mundo, mesmo que esse mundo não veja essa capacidade neles.



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